A EF Rio do Ouro começava na Estação Francisco Sá e ia até Belford Roxo em um único ramal. De Belford Roxo existia o entroncamento entre dois ramais: o de Xerém e o de Jaceruba. Hoje em dia algumas estações originais da Rio do Ouro integram o Ramal de Belford Roxo da Supervia, enquanto outras foram demolidas pela construção da Linha 2 do Metrô Rio, que segue em trechos o trajeto original da EF Rio do Ouro.
Há alguns meses Guilherme e eu percorremos o trecho Belford Roxo x Cava do Ramal de Jaceruba da EF Rio do Ouro - foi uma caminhada de aproximadamente 18 quilômetros até que resolvemos pegar um ônibus e voltar, exaustos. Quem quiser ver esta primeira parte do Ramal de Jaceruba deve ver os seguintes threads: Estrada de Ferro Rio do Ouro - Trecho de Estações Demolidas: Areia Branca x Figueira e Estação Cava.
Desta forma ficou faltando descobrir o que teria acontecido com as estações mais distantes, na outra metade do Ramal de Jaceruba, localizadas no coração do Tinguá, no interior de Nova Iguaçu. Fomos lá ontem e descobrimos.
Foi um encontro excepcional. Fomos eu, Guilherme e Vinicius a pé pelo restante do Ramal de Jaceruba, no coração do Tinguá, percorrendo nada menos do que 25 quilômetros a pé de Vila de Cava até a ponta de linha Jaceruba em terrenos difíceis, estrada de terra e sol na cabeça.
Nos encontramos às 6:00 na Central do Brasil e de lá fomos de ônibus até Vila de Cava. Foi bom ter mais uma vez visto a Estação Cava, com sua arquitetura peculiar.
De lá seguimos até Cachoeira, onde existiu a primeira parada além de Cava. Com informações inexatas, acabamos passando do ponto até que encontramos o Senhor Bira, que nos mostrou com exatidão onde era a pequena parada e encontramos seus vestígios.
Uma curiosidade é que neste momento, enquanto estávamos fotografando os vestígios da Parada Cachoeira, um senhor passou de bicicleta perguntando se estávamos fotografando muitas estações. Eu de imediato não o reconheci, mas era um senhor que havia nos ajudado no encontro passado, meses atrás, caminhando conosco de Miguel Couto até Figueira, indicando onde se encontrava a Estação Figueira (demolida). Incrível coincidência.
Não restou muito da Parada Cachoeira. Na realidade ela não deveria ser nada além de uma plataforma. Vasculhando o local onde o Senhor Bira nos indicou, encontramos escombros de concreto e terra socada, além de entradas no mato que provavelmente delimitavam a pequena plataforma. Ela está parcialmente demolida, parcialmente enterrada na lama.
Foto 1: Entornos da pequena parada

Foto 2: O visual é de tirar o fôlego. Esta é a Reserva do Tinguá, densa floresta de Mata Atlântica em Nova Iguaçu

Foto 3: Estrada de terra, a maior parte do trajeto foi assim

Foto 4:

Foto 5: A parada, enconberta pelo mato e lama, parcialmente destruida

Foto 6: Pedras. Este local onde o Senhor Bira nos indicou era o único no trecho que possuia pedras, provavelmente escombros da plataforma

Foto 7: Gerais

Foto 8:

Foto 9:

Foto 10: Pisando na plataforma encoberta é fácil perceber como ela é dura, de terra socada. Os entornos estavam parcialmente moles. Estou dizendo isso porque caixas de alvenaria com terra socada eram uma forma antiga (e barata) de construir plataformas ferroviárias

Foto 11: Mais pedras

Foto 12:

Foto 13:

Foto 14: Mais uma vez, os entornos

Foto 15: Sentido Cava

Foto 16: Local da antiga parada

Foto 17: Encontramos muitas pedras no local, possíveis escombros da antiga plataforma

Foto 18:

Foto 19: Foto tirada em cima do que restou da antiga plataforma

Foto 20: Encontramos no chão da estrada uma estrutura de concreto enterrada, que acreditamos ser parte da base da antiga plataforma

Foto 21:

Foto 22: Mais uma geral do local

Foto 23: Sentido Estação Adrianópolis

Foto 24: Reserva do Tinguá

Foto 25:

Foto 26: Sentido Cava

Foto 27: Local da plataforma, sentido Jaceruba

Foto 28:

Foto 29:

Foto 30: Local da plataforma, sentido Cava

Seguimos até a próxima estação do trecho, Estação Adrianópolis.
Créditos
Texto: Renan Souza, Marcus Vinicius e Guilherme Pinho
Fotos: 1-14 por Renan Souza, 15-23 por Marcus Vinicius e 24-30 por Guilherme Pinho, todos em 22/05/2010